Devoções
O papel de Maria no Tempo Pascal: mãe da Igreja nascente
por Thiago Zanetti em 30/04/2025 • Você e mais 265 pessoas leram este artigo Comentar
Tempo de leitura: 4 minutos
O Tempo Pascal é um período de intensa alegria na vida da Igreja. Celebramos a vitória de Cristo sobre a morte e contemplamos os primeiros passos da comunidade cristã. Nesse contexto, Maria, a Mãe de Jesus, ocupa um lugar especial: ela é também a Mãe da Igreja nascente. Sua presença silenciosa, mas poderosa, ilumina o caminho da fé dos primeiros discípulos e continua a ser modelo para todos os cristãos.
O Tempo Pascal: tempo de vida nova
O Tempo Pascal se estende da celebração da Ressurreição de Cristo, no Domingo de Páscoa, até a Solenidade de Pentecostes. São cinquenta dias dedicados à contemplação da vida nova trazida pelo Ressuscitado. Nesse cenário de renovação e missão, Maria se apresenta como modelo de discípula fiel, aquela que crê sem vacilar e permanece junto aos apóstolos em oração.
“Encontrá-la-emos no primeiro dia da Igreja, ela, mãe de esperança, no meio daquela comunidade de discípulos” (Papa Francisco, Audiência Geral, 03/05/2017)
Sua presença revela seu papel essencial na história da salvação.
Maria no Cenáculo: presença silenciosa e essencial
O livro dos Atos dos Apóstolos descreve:
“Todos eles perseveravam unanimemente em oração em comum, junto com algumas mulheres – entre elas, Maria, mãe de Jesus – e com os irmãos dele.” (At 1,14).
Maria é o coração orante da Igreja. Ela é:
- Modelo de oração perseverante;
- Fonte de unidade entre os discípulos;
- Sinal da presença de Cristo através da fé.
Sua função vai além da lembrança de Jesus: é um verdadeiro ministério espiritual.
Maria como Mãe da Igreja: doutrina e devoção
O Papa Paulo VI proclamou Maria como Mãe da Igreja no Concílio Vaticano II:
“para glória da Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o Povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, que lhe chamam Mãe amorosíssima; e queremos que com este título suavíssimo seja a Virgem doravante honrada e invocada por todo o povo cristão.” (Papa Paulo VI. Discurso na clausura da terceira sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II).
São João Paulo II reforça:
“Maria se encontrava presente; vemo-la no meio dos Apóstolos no Cenáculo de Jerusalém, «implorando com as suas orações o dom do Espírito” (Redemptoris Mater, n. 59).
Sua maternidade espiritual é um dom permanente para toda a Igreja.
A dimensão pascal da maternidade de Maria
No Calvário, Jesus confiou Maria à Igreja:
“Mulher, eis aí o teu filho!” (Jo 19,26).
Esse gesto culmina no Pentecostes. O “sim” de Maria na Anunciação ecoa novamente: ela continua colaborando com a missão da Igreja.
Maria, modelo para a Igreja em missão
Maria inspira atitudes essenciais para a missão:
- Escuta fiel da Palavra de Deus;
- Obediência confiante;
- Coragem diante das dificuldades.
Papa Francisco resume:
“Hoje fixamos n’Ela o olhar, para que nos ajude a anunciar a todos a mensagem de salvação e para que os novos discípulos se tornem operosos evangelizadores” (Evangelii Gaudium, n. 287).
Contemplar Maria é fortalecer o ardor missionário.
Devoções marianas no Tempo Pascal
Durante o Tempo Pascal, o mês de maio é especial para as devoções marianas:
- Reza do Terço;
- Coroação de Maria;
- Ladainhas marianas.
Essas práticas reforçam a comunhão com Maria e a preparação para a missão.
No Tempo Pascal, Maria é a Mãe da Igreja nascente. Sua presença silenciosa sustenta a fé dos discípulos e inspira a missão da Igreja. Sob seu olhar materno, a Igreja continua a sua caminhada rumo à plena realização do Reino de Deus.
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Por Thiago Zanetti
Jornalista, copywriter e escritor católico. Graduado em Jornalismo e Mestre em História Social das Relações Políticas, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É autor dos livros Mensagens de Fé e Esperança (UICLAP, 2025), Deus é a resposta de nossas vidas (Palavra & Prece, 2012) e O Sagrado: prosas e versos (Flor & Cultura, 2012).
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