Ladainha para pedir a graça de uma boa morte Orações diversas
Ato de abandono. — Senhor Jesus, Deus de bondade, pai de misericórdia, eis-me aqui, diante de Vós, de coração humilhado, contrito e confuso; encomendo-Vos a minha hora suprema e tudo o que depois dela vier.
1. Quando os meus pés imóveis me indicarem já estar consumada a minha passagem neste mundo, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
2. Quando as minhas mãos, cansadas e trêmulas, não puderem mais segurar Vossa imagem, ó Jesus crucificado, e quando, à minha revelia, elas caírem com a cruz sobre o meu leito de morte, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
3. Quando os meus olhos, escurecidos e aterrorizados com o rosto da morte que se avizinha, se dirigem a Vós, tristes e a ponto de cerrar-se, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
4. Quando os meus lábios, frios e trêmulos, pronunciarem pela última vez o Vosso santo nome, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
5. Quando o meu rosto, pálido e lívido, inspirar compaixão e horror aos circunstantes, e quando os meus cabelos, eretos e a suarem o suor letal, anunciarem a proximidade do meu fim, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
6. Quando as minhas orelhas, incapazes de atender à voz dos homens, se alçarem para escutar a sentença irrevogável, que irá determinar o que será de mim para sempre, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
7. Quando a minha mente, agitada por tristes e horrendos pensamentos, estiver prostrada de abatimento; quando o meu espírito, turbado pela consideração de minhas iniquidades e pelo medo de Vossa justiça, lutar contra o príncipe das trevas, que, ocultando-me Vossas misericórdias, tentará levar-me ao desespero, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
8. Quando o meu coração, débil, oprimido pela doença, trespassado pelos horrores da morte, se enfraquecer na luta contra os inimigos de minha salvação, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
9. Quando receberdes, em sacrifício expiatório, minhas últimas lágrimas, a anunciarem a chegada da morte, a fim de que eu expire como vítima de penitência; neste momento terrível, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
10. Quando os meus pais e amigos se puserem à minha volta, chorando pela minha sorte, e Vos invocarem em meu favor, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
11. Quando eu for privado de todos os sentidos e vir passar diante de mim a figura deste mundo e, assim oprimido, chegar à hora da agonia, benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
12. Quando os últimos suspiros do meu coração instarem minha alma a que abandone o corpo, sejam-Vos eles um sinal de que quero desprender-me para estar convosco; benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
13. Quando a minha alma, então a fluir-me pelos lábios, disser adeus ao mundo para sempre e deixar-me o corpo pálido, rígido e exânime, recebei a destruição deste corpo em reconhecimento do Vosso supremo domínio; benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
14. Enfim, quando a minha alma comparecer diante de Vós e, pela primeira vez, contemplar o esplendor de Vossa majestade, não a lanceis para longe de vossa face, mas acolhei-me no seio de Vossa misericórdia, para que eu cante os Vossos louvores para sempre; benigníssimo Jesus: tende piedade de mim.
Oração. — Ó Deus, que para o nosso bem nos sentenciastes à morte, mas não quisestes que soubéssemos o dia nem a hora, dai-me a graça de viver justa e piedosamente todos os dias de minha vida, para que eu morra na vossa paz e no vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus, Vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Ao final, podem acrescentar-se também as seguintes orações:
Três oblações em honra da SS. Trindade para impetrar a graça de bem morrer. — I. A Vós, SS. Trindade, oferecemos os méritos de Jesus Cristo, em ação de graças por Ele ter derramado o seu Preciosíssimo Sangue por nós no Horto das Oliveiras; e Vos pedimos, por seus méritos, que nos perdoeis os nossos pecados. Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória. — II. A Vós, SS. Trindade, oferecemos os méritos de Jesus Cristo, em ação de graças por Ele ter-se entregado por nós à morte de Cruz; e Vos imploramos, por seus méritos, que nos perdoeis benignamente as penas devidas aos nossos pecados. Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória. — III. A Vós, SS. Trindade, oferecemos os méritos de Jesus Cristo, em ação de graças pela inefável caridade com que Ele desceu dos céus à terra, para assumir nossa carne, padecer e morrer por nós na Cruz; e Vos pedimos, por seus méritos, que nos concedais a graça de morrer santamente e que conduzais nossas almas à glória celeste. Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.
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Pio VII as aprovou com um rescriptum de 12 mai. 1802 e Leão XII, com o decreto confirmativo “Urbis et Orbis”, de 11 ago. 1824.