6ª feira da 31ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Não me abandoneis, Senhor, meu Deus, nem fiqueis longe de mim! Vinde em meu auxílio, ó Senhor, força da minha salvação! (Cf. MR: Sl 37, 22-23) Sl. Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; corrigi-me, mas não com furor! (Cf. LH: Sl 37, 2)
Coleta
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas o dom de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Fl 3, 17-4, 1
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
3, 17Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos. 18Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas. 20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas. 4, 1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 121(122), 1-2. 3-4a. 4b-5 (R. 1)
℟. Que alegria, quando ouvi que me disseram: Vamos à casa do Senhor!
— Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor!” E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas. ℟.
— Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. ℟.
— Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi. ℟.
℣. O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente. (1Jo 2, 5) ℟.
Evangelho — Lc 16, 1-8
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’. 5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedic ánima mea Dómino, et noli oblivísci omnes retributiónes eius: et renovábitur, sicut áquilae, iuventus tua. (Ps. 102, 2. 5)
Vernáculo:
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! De bens ele sacia tua vida, e te tornas sempre jovem como a águia! (Cf. LH: Sl 102, 2. 5)
Sobre as Oferendas
Seja este sacrifício para vós, Senhor, uma oferenda pura e, para nós, fonte generosa de vossa santa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim também quem de mim se alimenta viverá por mim, diz o Senhor. (Cf. Jo 6, 57)
Vernáculo:
Vós me ensinastes o caminho para a vida, junto a vós, Senhor, felicidade sem limites. (Cf. MR: Sl 15, 11)
Depois da Comunhão
Cresça em nós, Senhor, a ação da vossa graça, para que, refeitos pelos vossos sacramentos, sejamos preparados para alcançar o que prometem. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 08/11/2024
Servir a Deus com inteligência
“O senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.
1. Servir a Deus com a inteligência. — Meus queridos irmãos, o Evangelho de hoje nos fala do administrador desonesto (cf. Lc 16, 1-12), e Jesus conclui dizendo que, na parábola, o administrador foi elogiado pelo patrão por causa “de sua esperteza” (cf. v. 8). É importante entender que esta parábola não nos está ensinando a ser corruptos, porque é isto que o administrador desonesto foi: ele, sabendo que iria perder o emprego, roubou o patrão. Por isso, perdoou dívidas a vários credores para que ele, ao ser despedido, tivesse amigos que o recebessem em suas casas (cf. v. 4), e o patrão elogia-lhe a esperteza. A moral da história, o próprio Jesus no-la conta: “Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (v. 8). O que Jesus nos quer ensinar aqui é que nós precisamos servir a Deus com inteligência. De fato, Deus nos deu a inteligência para servi-lo; mas as pessoas não entendem isso, por pensarem que “o importante é ter fé”. Sim, mas a fé é uma virtude que se instala no intelecto, na sua inteligência, e é preciso ter inteligência até mesmo para ter fé. E não somente para ter fé: também para exercer outras virtudes importantes, como a virtude da prudência. É isto que Jesus espera. Nós precisamos ser “estrategistas de Deus”: exercendo a virtude da prudência, colocar nosso intelecto a serviço do Senhor.
2. Instrumentos inteligentes e livres. — Mas se poderia dizer: “Deus não é sábio, sumamente sábio, a sabedoria? Para que, então, Ele precisa da nossa inteligência?” De fato, Deus não precisa da nossa inteligência, mas Ele quer precisar. Por quê? Para a sua maior glória. Essa é a maravilha! Quando nós fazemos coisas para Deus; quando nós derrotamos Satanás, os demônios e os inimigos de Deus; quando nós lhes “passamos a perna”, digamos assim, com prudência, com muita lealdade, com muito amor, sem fazer nada de imoral; quando nós conseguimos driblar as artimanhas do diabo e fazer o inferno confundir-se e desesperar por causa de nossas obras, nós estamos dando a Deus uma glória especialíssima. Sim, porque a glória de Deus se dá e acontece quando nós, instrumentos do seu amor, nos dispomos a servi-lo. Ora, existem vários tipos de instrumentos: há os instrumentos inanimados, como uma caneta que se deixa usar sem resistência nem remoque; mas existem instrumentos inteligentes e livres. Somos nós, os seres humanos, que somos inteligentes para entender as coisas e livres para amar e colocar a nossa inteligência a serviço de Deus. É isso que Jesus está elogiando na parábola de hoje, e é disto que precisamos nos dar conta: servir a Deus também com a nossa inteligência, também com a nossa capacidade estratégica! Depois que vier a vitória, veremos a glória de Deus, porque é Ele o grande estrategista, o grande vitorioso que usou de instrumentos tão inadequados, pobres e humildes que somos nós. Mas que privilégio o de poder servi-lo também com a nossa inteligência!
Deus abençoe você!
Louva o senhor da parábola a prudência do administrador desonesto porque cuidou com esperteza da própria sorte. Mas que se lhe elogie a perspicácia em fraudar e fazer “amigos” não implica que também nós, imitando os filhos deste mundo, devamos ser corruptos e reféns do dinheiro, mas que, como filhos da luz, empreguemos nossa inteligência em servir a Deus e façamos, por boas obras, amigos no Céu e para a eternidade.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, 8 de novembro, e peçamos a Cristo luz para servir a Deus com inteligência e sabedoria para usar retamente dos bens deste mundo, sem fazer injúria aos direitos alheios nem pôr nas coisas da Terra a esperança que só se satisfaz com as celestes.
Santo do dia 08/11/2024
Santa Elisabete da Trindade (Memória Facultativa)
Local: Dijon, França
Data: 08 de † 1906
Elisabete Catez Rolland nasceu em 18 de julho de 1880 no acampamento militar de Avord, perto de Bourges (França), e foi batizada em 22 de julho na capela do campo. Seus pais, o capitão Joseph Catez e Marie Rolland, eram cristãos convictos. Depois de dezoito meses, a família se estabeleceu em Dijon, onde sua outra filha, Margaret, nascerá. Elisabete tinha apenas sete anos quando seu pai morreu repentinamente em seus braços. A mãe, mulher enérgica e muito sensível, compensará a educação das filhas.
Ela era uma criança inteligente, afetuosa, sociável e viva, mas também zangada. Logo Deus entrou em sua vida como a Grande Realidade que a fascinou e seduziu. Posteriormente afirmou que, desde os oito anos, o seu amor a Deus e à oração era tal que não podia conceber o seu futuro, a não ser consagrando-se inteiramente a ele: resolução que renovou aos dez anos na ocasião de sua primeira comunhão e finalmente selado aos quatorze anos com o voto perpétuo de virgindade (1894).
Muito jovem, Elisabete foi matriculada no Conservatório de Música de Dijon, onde imediatamente mostrou um talento excepcional para o piano. Seu músico favorito era e sempre foi Chopin. Apesar do “primeiro prêmio” para piano obtido no Conservatório, ela queria viver sua consagração religiosa no Carmelo Teresiano o mais rápido possível. A oposição inabalável da mãe - a quem a Santa tanto amava - será para Isabel uma verdadeira graça para a consolidação da sua experiência espiritual. De fato, até aos 21 anos viverá o seu ideal contemplativo de jovem leiga, socialmente empenhada e que gostava de viajar por toda a França: como pianista consagrada, como jovem pedida em casamento e muito atenta às necessidades dos outros, como apóstola ativa na paróquia de Saint-Michel em Dijon.
Mística da presença trinitária na alma, Elisabete é uma autêntica filha do espírito mais genuíno que anima o Carmelo. Ela escreveu em seu diário: “Parece-me que encontrei o meu céu na terra, porque o céu é Deus e Deus está na minha alma. No dia em que entendi isso, tudo se iluminou em mim e gostaria de sussurrar esse segredo para quem eu amo”.
Em 2 de agosto de 1901, com a idade de 21 anos, fiel ao seu propósito, Elisabete entrou no Carmelo de Dijon com o nome de Irmã Elisabete da Santíssima Trindade; recebeu o hábito monástico em 8 de dezembro de 1901 e emitiu a profissão em 11 de janeiro de 1903. Religiosa profundamente fiel e feliz - ainda que purificada pelo sofrimento - e muito amada pelas irmãs, Isabel viveu com força e perseverança o seu ideal, que ela expressará um dia em oração: “Ó meu Deus, a Trindade que adoro” que, logo após a sua morte, percorrerá o mundo e será amplamente citada no Catecismo da Igreja Católica (n. 260). Atingida pela doença de Addison, então incurável e muito dolorosa, Elisabete declinou lentamente. Após grande sofrimento físico, morreu em 9 de novembro de 1906, aos 26 anos.
Em apenas cinco anos de vida no Carmelo, Elisabete completou sua jornada espiritual deslumbrante, também testemunhada por seus escritos e cartas, e que torna esta jovem carmelita uma resposta extraordinária da fé cristã à secularização e às muitas faces do ateísmo contemporâneo. Elisabete, de fato, quis viver como "louvor de glória" à Trindade presente em sua alma, encontrando no mistério da habitação divina seu "céu na terra", sua graça e sua missão eclesial. É singular, na experiência de Elisabete da Trindade, que ela soube difundir na família a radicalidade da sua adesão a Cristo. Na verdade, com um conhecimento pedagógico excepcional, poderá envolver também a sua irmã Guite (1883-1954) que, casada e feliz e mãe de nove filhos, ela também caminhará na esteira espiritual de Elisabete, transmitindo o mesmo espírito da Bem-aventurada ao seu marido e aos seus filhos. Em outras palavras, nunca se pode dizer que o que Elisabete da Santíssima Trindade experimentou diz respeito apenas a sacerdotes ou religiosos. Sua própria irmã e família testemunham o contrário. Portanto, é precisamente no mundo, na vida cotidiana marcada pelos altos e baixos da vida, na simplicidade da vida doméstica, que Guite realiza também o que sua irmã descobriu e experimentou atrás das grades do Carmelo. Em uma carta dirigida ao Cônego Angles, Elisabete escreve com grande realismo: “Neste período todos nós fomos levados por uma série de coisas, então aqui os encontros recomeçam ... Parece-me que nada pode distraí-lo quando nós agimos apenas para Ele, sempre em sua sagrada presença, sob aquele olhar divino que penetra no íntimo da alma; mesmo no meio do mundo você pode ouvi-lo, no silêncio de um coração que quer ser seu”.
São João Paulo II a chamou de “testemunha luminosa da alegria de estar enraizada e alicerçada no amor”, concluindo assim a homilia da beatificação: “Hoje ousamos apresentá-la ao mundo. Com a Beata Elisabete brilha para nós uma nova luz, surge um novo guia certo e seguro, no nosso mundo tão cheio de incertezas e trevas, para nos mostrar, em nome do mistério trinitário, o caminho da salvação e os meios para alcançar isso".
Fonte: http://www.causesanti.va/
Santa Elisabete da Trindade, rogai por nós!
São Deodato I (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 08 de † 618
O santo de hoje, papa Deodato I, ou Deusdedit, surge dos séculos obscuros da primeira Idade Média, com poucas evidências. Escassas notícias históricas: filho do subdiácono romano Estevão, foi por quarenta anos padre em Roma antes de suceder ao papa Bonifácio IV a 19 de outubro de 615. Morreu em novembro de 618, amado e chorado pelos romanos que tiveram a oportunidade de apreciar seu bom coração durante as grandes calamidades que se abateram sobre Roma nos seus três anos de pontificado: o terremoto, que deu golpe de graça aos edifícios de mármore dos Foros, já devastados por sucessivas invasões bárbaras e horrível epidemia denominada elefantíase.
Foi o primeiro papa que estabeleceu com testamento doações para distribuir ao povo por ocasião da morte do sumo pontífice. Em Roma o papa era não somente o bispo e o pai espiritual, mas também o guia civil, o juiz, o supremo magistrado, a garantia da ordem. Com a morte de cada pontífice, os romanos se sentiam privados de proteção, expostos às invasões dos bárbaros nórdicos ou às reivindicações do império do Oriente. A teoria dos dois únicos, papa e imperador, que deviam governar unidos o mundo cristão, não encontrava grandes adesões em Constantinopla.
O papa Deodato mostrou-se, todavia, hábil mediador com o outro único, que a bem da verdade era pouco solícito para o bem dos italianos, salvo uma vez, que enviou o exarca Eleutério para acabar com as revoltas de Ravena e de Nápoles. Foi a única vez que o papa Deodato, ocupado em aliviar os desconfortos da população da cidade, nas calamidades acima referidas, teve um contato, se bem que indireto, com o imperador. O cardeal Barônio insere no Martirológio Romano um episódio que revalidaria a fama de santidade que circundava o pontífice "dado por Deus" (conforme a etimologia do seu nome) para guiar os cristãos em épocas tão difíceis: durante uma de suas frequentes visitas aos doentes, os mais abandonados, os que eram atingidos pela lepra, teria curado um desses infelizes, após havê-lo amavelmente abraçado e beijado.
O Liber Pontificalis, recordando dois atos do seu pontificado, afirma que Deodato amou muito o seu clero e que o defendeu em relação ao clero monástico ou regular, privilegiado desde que Gregório Magno confiara aos monges importantes tarefas no apostolado missionário e na própria organização eclesial. O segundo ato se refere à faculdade de rezar uma segunda missa (binação).
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Deodato I, rogai por nós!