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Nome: São Felix de Nola Dia 14 de Janeiro (Memória Facultativa)
Local: Nola, Itália
Data: 14 de Janeiro † s. III/IV

Em Nola, na Campânia, refugiara-se o santo bispo Máximo em paramos desertos, quando da perseguição de Décio, em 250. Os perseguidores saíram, então, no encalço de São Félix, que Máximo ordenara sucessivamente leitor, exorcista, finalmente sacerdote, e que destinava para seu sucessor. Preso, foi Félix carregado de correntes. O chão cobriram-no de cacos para que não pudesse repousar. Entretanto, o bispo Máximo, na montanha deserta para a qual se havia retirado, estava prestes a morrer de fome e frio, deitado no chão sobre espinhos, exposto às injúrias do ar, sem alimento, arcado pelos anos, pela tristeza e pela inquietação em prol da salvação do seu rebanho, orando noite e dia. Deus não o abandonou.

No meio da noite, surgiu um anjo na prisão de Félix e, com a voz e o esplendor da luz, o despertou. A principio julgou Félix que se tratava de um sonho, e dizia que as correntes, as portas e os guardas o impediam de o seguir. Ordenou-lhe o anjo que se levantasse; os ferros caem-lhe das mãos, do pescoço e dos pés, as portas abrem-se, os guardas continuam a dormir; Félix sai e, por caminhos desconhecidos, chega ao lugar onde se achava o santo ancião Máximo, prestes a dar o derradeiro suspiro. Reconhecendo-o, abraça-o e beija-o, mas encontra-o frio. sem voz, sem pulso, sem movimento. Restava-lhe apenas alguma respiração. A primeira coisa a fazer era dar-lhe alguma comida. Félix procura, roga, e percebe, finalmente, acima da cabeça um cacho de uvas; pega-o, aproxima-o da boca do ancião moribundo, que já tinha os dentes apertados e nada mais ouvia. Afasta-lhe os lábios ressequidos, aperta a baga e faz deslizar o suco. O enfermo readquire um pouco de força, volta-lhe a palavra, reconhece Félix e diz-lhe: "Vindes muito tarde; há muito que Deus me havia prometido o vosso auxílio. O estado em que me achais bem evidencia que não fugi por medo à morte; o que fiz foi desconfiar da fraqueza do corpo. Por favor, levai-me ao meu Félix põe-no aos ombros e leva-o". O bispo vivia pobremente, e como criadagem tinha apenas uma velha.

O próprio Félix, após receber a bênção de Máximo, que lhe colocou sobre a cabeça a mão, ficou oculto durante algum tempo em sua casa. Legara-lhe o pai grandes haveres, mas ele distribuíra a maior parte aos pobres. Tendo-se aliviado um pouco a perseguição, mostrou-se ao povo fiel, a quem instruía pelas palavras e mais ainda pelo exemplo do que havia sofrido. Os pagãos não conseguiram suportá-lo muito tempo. Foram na casa e, sabendo que fora para a cidade, onde ensinava os cristãos, para lá acudiram empunhando espadas. Mas ou porque Deus os cegasse, ou porque alterasse o rosto do santo, não lograram os pagãos reconhecê-lo. Ao próprio Félix perguntaram onde estava. Ele, percebendo naquilo a mão de Deus, disse-lhes, rindo, que desconhecia inteiramente o tal Félix que andavam procurando. Os perseguidores retiraram-se para outra banda e continuavam sempre a perguntar pelo paradeiro de Félix, quando alguém lhes afirmou que se tratava da mesma pessoa à qual tinham dirigido a palavra pouco antes. Imediatamente refizeram o caminho. Mas o santo, advertido pela bulha do povo, ocultou-se num casebre que dava para a praça. Estando aberta como estava teria sido agarrado, se no momento não tivesse feito a sua teia uma aranha, fechando a abertura das ruínas. Os perseguidores acharam que seria loucura supor que um homem tivesse podido passar por lá sem romper a teia, e, certos de que tinham sido objeto de chacota, afastaram-se. Quando sobreveio a noite, Félix rumou para um bairro mais distante, onde, sendo conduzido por Deus, descobriu uma velha cisterna quase seca, numa estreita abertura entre duas casas. Lá se acomodou e lá viveu, ao que dizem, seis meses. Numa das casas vizinhas, havia uma santa mulher que o alimentou durante todo o tempo, sem o saber, pois quando amassava pão ou cozia carne, ia pô-los no peitoril da cisterna, sem saber o que fazia, certa de que os guardava na casa, e logo se esquecendo do que fazia e por onde fora ou voltara. Deus nutriu, assim, milagrosamente o servidor, até que a paz voltasse à Igreja. Foi São Paulino, que de cônsul romano se fez bispo de Nola, quem nos contou tais atos e milagres de São Félix.

Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume I. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 31 dez. 2021.

São Felix de Nola, rogai por nós!






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