São João Maria Vianney, Presbítero, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
O justo tem nos lábios o que é sábio, sua língua tem palavras de justiça; traz a Aliança do seu Deus no coração, e seus passos não vacilam no caminho. Sl. Não te irrites com as obras dos malvados nem invejes as pessoas desonestas; (Cf. LH: Sl 36, 30. 31 e 1)
Coleta
Deus de poder e misericórdia, que tornastes o presbítero São João Maria Vianney admirável por seu zelo pastoral, concedei-nos, por seu exemplo e intercessão, conquistar no amor irmãos e irmãs para Cristo e com eles alcançar a glória eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Nm 11, 4b-15
Leitura do Livro dos Números
Naqueles dias, 4bos filhos de Israel começaram a lamentar-se, dizendo: “Quem nos dará carne para comer? 5Vêm-nos à memória os peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos e os melões, as verduras, as cebolas e os alhos. 6Aqui nada tem gosto ao nosso paladar, não vemos outra coisa a não ser o maná”.
7O maná era parecido com a semente do coentro e amarelado como certa resina. 8O povo se dispersava para o recolher e o moía num moinho, ou socava num pilão. Depois o cozinhavam numa panela e faziam broas com gosto de pão amassado com azeite.
9À noite, quando o orvalho caía no acampamento, caía também o maná. 10Moisés ouviu, pois, o povo lamentar-se em cada família, cada um à entrada de sua tenda. 11Então o Senhor tomou-se de uma cólera violenta, e Moisés, achando também tal coisa intolerável, disse ao Senhor: “Por que maltrataste assim o teu povo? Por que gozo tão pouco do teu favor, a ponto de descarregares sobre mim o peso de todo este povo? 12Acaso fui eu quem concebeu e deu à luz todo este povo, para que me digas: ‘Carrega-o ao colo, como a ama costuma fazer com a criança; e leva-o à terra que juraste dar a seus pais!’ 13Onde conseguirei carne para dar a toda esta gente? Pois se lamentam contra mim, dizendo: ‘Dá-nos carne para comer!’ 14Já não posso suportar sozinho o peso de todo este povo: é grande demais para mim. 15Se queres continuar a tratar-me assim, peço-te que me tires a vida, se achei graça a teus olhos, para que eu não veja mais tamanha desgraça”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 80(81), 12-13. 14-15. 16-17 (R. 2a)
℟. Exultai no Senhor, nossa força.
— Mas meu povo não ouviu a minha voz, Israel não quis saber de obedecer-me. Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, abandonei-os ao seu duro coração. ℟.
— Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos, sem demora, humilharia e voltaria minha mão contra o opressor. ℟.
— Os que odeiam o Senhor, o adulariam, seria este seu destino para sempre; eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria. ℟.
℣. O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus. (Mt 4, 4b) ℟.
Evangelho — Mt 14, 13-21
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Veritas mea et misericórdia mea cum ipso: et in nómine meo exaltábitur cornu eius. (Ps. 88, 25)
Vernáculo:
Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, sua força e seu poder por meu nome crescerão. (Cf. LH: Sl 88, 25)
Sobre as Oferendas
Olhai, Senhor, para os dons colocados sobre o vosso altar na celebração da memória de São N., e, como por estes santos mistérios lhe destes a glória, concedei-nos agora o vosso perdão. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua família para dar-lhes alimento no tempo oportuno. (Cf. Lc 12, 42)
Ou:
Multitudo languentium, et qui vexabantur a spiritibus immundis, veniebant ad eum: quia virtus de illo exibat, et sanabat omnes. (Lc. 6, 17. 18. 19; ℣. Ps.33, 2. 6. 16. 18. 19. 20. 21. 23; p.471)
Vernáculo:
Feliz aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar agindo assim. Em verdade eu vos digo, ele o encarregará de todos os seus bens. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 24, 46. 47)
Ou:
Muitos dos seus discípulos e uma grande multidão do povo vieram para ouvi-lo e serem curados de suas doenças. Também os atormentados por espíritos impuros eram curados, porque dele saía uma força que curava a todos. (Cf. Bíblia CNBB: Lc 6, 17. 18. 19)
Depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, a mesa celestial revigore e aumente as forças do alto em todos os que celebram a memória de São N. para podermos guardar íntegro o dom da fé e progredir no caminho da salvação que este santo nos mostrou. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 04/08/2025
Sem fé, não há refeição espiritual
Assim como Deus alimentava, dia após dia, o povo de Israel com o maná descido do céu, assim também Ele continua alimentando agora os que peregrinam neste mundo com o pão vivo da Eucaristia, entregue aos fiéis pelas mãos dos sacerdotes.
O Evangelho de hoje relata o milagre da multiplicação dos pães. Vemos nele uma clara referência ao episódio do Êxodo em que o povo de Deus foi alimentado no deserto com o maná, o pão descido do Céu.Nós também somos esse povo de peregrinos, que têm de passar por lugares inóspitos, e por isso precisamos de pão. Mas onde vamos encontrar esse alimento? Jesus responde no Evangelho aos seus Apóstolos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Aqui, Cristo faz algo que não havia no Antigo Testamento. No Êxodo, o maná chovia do céu e cada um pegava um pão para si. No Evangelho, Jesus dá uma missão aos Apóstolos: eles e seus sucessores, como sacerdotes, deverão alimentar o povo a partir do sacramento da Eucaristia. Claramente, esta é a missão mais importante dos sacerdotes. Uma vez que seus filhos espirituais nascem pelo Batismo, crescem pela Crisma, são purificados e recebem o remédio de suas feridas na Confissão, o cuidado ordinário de um pai é dar de comer a eles. Que pai não se sentiria miseravelmente falido se não tivesse condições de dar de comer aos seus filhos? Quantos pais passam por momentos trágicos e de verdadeira angústia interior, por não conseguirem sustentar a família e ter de pedir ajuda aos outros… Jesus fez a Igreja como família, e deu aos sacerdotes a missão de alimentar seus filhos. Por isso, nós temos um pão de viagem, um “viaticum”, o farnel onde colocamos a nossa pequena merenda para não desfalecermos no caminho. A Eucaristia é o nosso pão essencial, como diz Jesus no Pai-Nosso: “O pão de cada dia”. Antes, o maná caía do céu, mas agora o novo Pão sai da mão dos sacerdotes. “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16), e Jesus multiplica os pães, dando a Eucaristia a todos nós. É muito importante entendermos que a Eucaristia é uma refeição espiritual e, portanto, não basta que façamos apenas a digestão física. Para que a Eucaristia seja verdadeiro alimento, precisamos realizar um ato de fé. Então, comunguemos sempre em estado de graça e com fé. Infelizmente, há pessoas que recebem a Eucaristia das mãos ungidas dos sacerdotes, mas não fazem um mínimo ato de fé e, desse modo, não se encontram com Cristo Ressuscitado, que está tocando fisicamente neles e quer lhes dar a graça.Por isso, é necessário, do fundo de nossos corações, querermos sempre amar a Jesus mais e mais, a cada vez que recebemos a Comunhão.
Deus abençoe você!
Santo do dia 04/08/2025
São João Maria Vianney, Presbítero (Memória)
Local: Ars, França
Data: 04 de Agosto † 1859
João era o nome dele de batismo. Na Crisma acrescentou o de Batista e, mais tarde, assumiu também o de Maria, por especial devoção à Virgem. É conhecido como João Maria Vianney ou simplesmente o Santo Cura d Ars, proclamado patrono dos párocos pela Igreja. São João Maria Vianney se distingue por uma vida toda particular e uma forma de vida especial, toda sua.
De origem muito humilde, João Maria nasceu em Dardilly, perto de Lião, na França, em 1786, pouco antes de irromper a Revolução Francesa. Quando jovem, teve complicações com o serviço militar durante o império napoleônico, pelo que teve que viver escondido, exposto, cerca de dois anos, a graves perigos.
Desde pequeno queria ser padre a todo custo, mas, esbarrou em dois obstáculos: a pobreza e a escassa inteligência. Com 20 anos entrou no seminário, mas foi demitido por falta de inteligência. O estudo do latim parecia superar sua capacidade. Insiste para entrar na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mas não é admitido pelas mesmas razões. Finalmente, quando parecia um caso perdido, seu antigo pároco que conhecia suas altas virtudes de piedade, pureza e sacrifício, aceitou prepará-lo em particular e conseguiu convencer o bispo a que o ordenasse sacerdote, comprometendo-se a orientá-lo no campo da doutrina e da pastoral por mais três anos. Foi finalmente ordenado em 1815, continuando seus estudos por mais três anos.
Em 1818, o arcebispo de Lião confiou-lhe a capelania de um lugarejo chamado Ars, não longe de Lião, que lhe dará o nome que o acompanha pelo mundo católico: o Cura d Ars.
Durante mais de quarenta anos até sua morte ocorrida em 1859, João Maria nada mais será que o humilde capelão do vilarejo, transformada em paróquia em 1821, tornando-se, em 1823, parte da diocese restabelecida de Belley. Foi até o fim da vida um pobre pároco de aldeia que, aos poucos, tornou-se amplo centro de peregrinações. De início, trabalhou sobretudo para moralizar a pequena aldeia, combatendo os vícios, as bebedeiras, o trabalho aos domingos, os bailes. Sua arma principal era a pregação e a catequese, muito simples, sustentadas por muita oração e por rigorosa penitência. Oração e penitência pareciam dobrar a Deus em favor dos pecadores. O curioso é que aquele humilde pastor de aldeia, pobre, penitente, de inteligência pouco brilhante, atraiu aos poucos milhares e milhares de pessoas de fora. Seu confessionário começou a ser assediado dia e noite, de modo que o padre quase não tinha tempo nem de alimentar-se nem de descansar. Foi essa a ocupação principal dos seus últimos anos de vida.
Pergunta-se o que iam procurar em Ars tantos peregrinos da França e da Europa. A resposta talvez esteja na boca de um peregrino. Perguntado sobre o que viu em Ars, afirmou: "Vi Deus num homem". Realiza-se o que disse o vigário-geral de Lyon, por ocasião de sua ordenação sacerdotal: "A Igreja quer não apenas sacerdotes sábios, mas, mais ainda, sacerdotes santos". Foi ordenado não por ser inteligente, mas porque foi considerado bom. São João Maria Vianney foi canonizado por Pio XI, em 1925. O mesmo papa o proclamou santo padroeiro dos párocos do mundo inteiro, em 1929.
Na Pastoral vocacional no Brasil, São João Maria Vianney foi transformado em patrono dos padres em geral e o primeiro domingo de agosto, em "Dia do Padre". Enfim, todos os sacerdotes que se dedicam à pastoral podem sentir-se colocados sob a proteção do Santo Cura d Ars.
O formulário da Missa certamente não poderia ser mais completo e mais rico. A Oração coleta realça São João Maria Vianney como presbítero admirável por sua solicitude pastoral. A tradução para o português no Brasil usa a expressão pároco admirável, que não está no original latino. Esta oração convoca a todos ao zelo pastoral de conquistar, no amor de Cristo, os irmãos e irmãs para Deus.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São João Maria Vianney, rogai por nós!