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4ª feira da 16ª Semana do Tempo Comum

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Memória Facultativa

Santa Brígida, Religiosa

Antífona de entrada

Quem me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta minha vida. Quero ofertar-vos o meu sacrifício de coração e com muita alegria (Cf. Sl 53, 6. 8)
Ecce Deus adiuvat me, et Dominus susceptor est animae meae: averte mala inimicis meis, in veritate tua disperde illos, protector meus Domine. Ps. Deus in nomine tuo salvum me fac, et in virtute tua iudica me. (Ps. 53, 6. 7 et 3)
Vernáculo:
Quem me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta minha vida! Voltai o mal contra os meus inimigos, destruí-os por vossa verdade! Sl. Por vosso nome, salvai-me, Senhor; e dai-me a vossa justiça! (Cf. Saltério: Sl 53, 6. 7 e 3)

Coleta

Senhor, sede propício a vossos fiéis, e, benigno, multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem sempre vigilantes na observância dos vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Ex 16, 1-5. 9-15


Leitura do Livro do Êxodo


1Toda a comunidade dos filhos de Israel partiu de Elim e chegou ao deserto de Sin, entre Elim e o Sinai, no dia quinze do segundo mês da saída do Egito. 2A Comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto, dizendo: 3“Quem dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos juntos às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxeste a este deserto para matar de fome a toda esta gente?”

4O Senhor disse a Moisés: “Eu farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. 5No sexto dia, quando prepararem o que tiverem trazido, terão o dobro do que recolhem diariamente”.

9E Moisés disse a Aarão: “Dize a toda a comunidade dos filhos de Israel: ‘Apresentai-vos diante do Senhor, pois ele ouviu a vossa murmuração’”. 10Enquanto Aarão falava a toda a comunidade dos filhos de Israel, voltando os olhos para o deserto, eles viram aparecer na nuvem a glória do Senhor. 11O Senhor falou, então, a Moisés, dizendo: 12“Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus’”.

13Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. 14Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra.

15Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: “Que é isto?” Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 77(78), 18-19. 23-24. 25-26. 27-28 (R. 24b)


℟. O Senhor deu o pão do céu como alimento.


— E tentaram o Senhor nos corações, exigindo alimento à sua gula. Falavam contra Deus e assim diziam: “Pode o Senhor servir a mesa no deserto?” ℟.

— Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, e as comportas das alturas fez abrir; fez chover-lhes o maná e alimentou-os, e lhes deu para comer o pão do céu. ℟.

— O homem se nutriu do pão dos anjos, e mandou-lhes alimento em abundância; fez soprar o vento leste pelos céus e fez vir, por seu poder, o vento sul. ℟.

— Fez chover carne para eles como pó, choveram aves como areia do oceano; elas caíram sobre os seus acampamentos e pousaram ao redor de suas tendas. ℟.

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. A semente é de Deus a palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou. ℟.

Evangelho — Mt 13, 1-9


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.

7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Iustítiae Dómini rectae, laetificántes corda, et dulcióra super mel et favum: nam et servus tuus custódiet ea. (Ps. 18, 9. 11. 12)


Vernáculo:
Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. Suas palavras são mais doces que o mel, que o mel que sai dos favos. E vosso servo, instruído por elas, se empenha em guardá-las. (Cf. LH: Sl 18, 9a. 11. 12)
Sugestão de melodia 

Sobre as Oferendas

Ó Deus, no único sacrifício da cruz levastes à plenitude os diversos sacrifícios da antiga lei. Aceitai esta oblação das mãos dos vossos fiéis e santificai-a, com a mesma bênção que destes à oferta de Abel, a fim de que sirva para a salvação de todos o que cada um trouxe em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

O Senhor bom e clemente nos deixouo memorial de suas grandes maravilhas. Ele dá o alimento aos que o temem. (Cf. Sl 110, 4-5)

Ou:


Eis que estou à porta e bato, diz o Senhor; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. (Ap 3, 20)
Optimam partem elegit sibi Maria, quae non auferetur ab ea in aeternum. (Lc. 10, 42; ℣. Ps. 33; p.507)
Vernáculo:
Uma coisa só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada. (Cf. Bíblia CNBB: Lc 10, 42)

Depois da Comunhão

Nós vos pedimos, Senhor misericordioso, permanecei junto ao vosso povo e fazei passar da antiga para a nova vida aqueles que iniciastes nos mistérios do céu. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 23/07/2025


Três terrenos, três etapas


“O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho. Outra parte caiu sobre pedras. Outra parte caiu em terra boa”.

Estamos lendo o Evangelho de São Mateus, e agora, no capítulo 13, Jesus inicia o seu sermão das parábolas, com aquela parábola conhecidíssima: a do semeador. A semente da Palavra de Deus pode cair em terrenos diferentes. Esses terrenos diferentes são os tipos de almas.O primeiro é o terreno de onde — a parábola nos conta — os pássaros do céu já levaram a semente; ali, a semente nem chega a brotar. São aquelas pessoas que recebem a pregação, mas não chegaram a compreender, não chegaram a entender, não chegaram a mergulhar na Palavra de Deus através de um ato de fé. Essas pessoas não meditam a Palavra de Deus, não querem penetrar o seu sentido verdadeiro, e os pássaros do céu vêm e tudo levam.Pois bem, existem aquelas pessoas que, ao contrário, entenderam a Palavra de Deus, mas são como terreno pedregoso. O que é o terreno pedregoso? São aqueles que têm fé e compreenderam a Palavra de Deus. Poderiam ser, por exemplo, bons teólogos, pessoas que compreendem os mistérios da fé, mas não passam à prática. Por quê? Porque, é através da prática (ou seja, da nossa doação generosa, pela qual nós suportamos o calor do Sol, ou seja, as provações da vida) que esta palavra então poderá frutificar. Infelizmente, existem pessoas que ficam simplesmente no conhecimento teórico da Palavra de Deus.É na generosidade do apostolado, quando nós nos doamos e queremos fazer com que as pessoas se convertam, que nós vamos então purificando no nosso interior as nossas paixões. Aqui, o Sol que bate sobre aquela semente irá fazer com que essa semente seja provada. Aquela pequena planta que está nascendo é provada, e isso vai purificando a nossa alma e purificando as nossas paixões. Nós temos as nossas paixões desordenadas. É somente na generosidade de quem renuncia a si mesmo e abraça a cruz que nós iremos, um dia, alcançar o fruto. Mas não basta somente isso. Existe um terceiro tipo de terreno: o terreno em que a pessoa compreendeu, como a semente que caiu na estrada (a pessoa passou essa etapa); a pessoa também foi generosa no seu apostolado (passou a etapa do terreno pedregoso); mas ela tem preocupações mundanas. É o problema do espinheiro. Quando a pessoa, então, está cheia de preocupações, agitada, como uma Marta: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas”. Ela não vai chegar a produzir frutos de santidade. É necessário que tornemos o nosso coração como coração de criança. Sim, porque Jesus disse que nós precisamos ser crianças para entrar no reino dos céus. Isso quer dizer o seguinte: apesar de todas as nossas fadigas e preocupações do apostolado, em que nos doamos generosamente, na hora de rezar precisamos ser como crianças aos pés de Jesus, deixar para lá as nossas preocupações e nos lançarmos nos braços de Jesus como pequenas crianças que se jogam nos braços da mãe, confiantes. É ali que a Maria contemplativa poderá, assim, dar finalmente os frutos.Então, nós vemos aí as etapas de todo um itinerário espiritual. Ou seja: primeiro é necessário compreender e meditar a Palavra de Deus, senão os pássaros do céu a vão levar. Depois de meditar, é preciso pôr isso em prática na generosidade de um apostolado que irá purificar as minhas paixões, porque senão a semente cai num terreno pedregoso e não tem raiz.Mas não somente isso. É necessário também ser uma pessoa de oração, como Maria aos pés de Jesus, e não como uma Marta agitada com preocupações mundanas de espinheiro. Assim, nosso terreno dará frutos, e frutos abundantes, para o Reino dos Céus.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 23/07/2025

Santa Brígida da Suécia, Religiosa (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 23 de Julho † 1373


O que o Salvador disse a Nicodemos: O Espírito sopra onde quer, o mundo cristão o viu, pelos fins do século XIV em Santa Brígida, da Suécia e Santa Catarina de Siena. Aquela nasceu nos confins extremos da Suécia, na província de Upland, no domínio de Finstad, não longe de Upsala, então capital de todo o reino. Nasceu no começo do século XIV, no ano de 1302. Seu nome é propriamente Birgida, transformada em Brígida pelo uso comum. Sua família era uma das mais ilustres; tinha parentesco próximo com a família real e descendia dos antigos reis do país.

Nela a piedade era hereditária, como a nobreza. O avô, o bisavô e o trisavô do pai de Brígida, por devoção aos mistérios da Paixão do Salvador, fizeram uma peregrinação a Jerusalém e aos outros santos lugares que Jesus Cristo ilustrou com sua presença. O príncipe Birger, seu pai, juiz ou governador da província de Upland, era homem cheio de piedade e de virtude.

Sua mãe, a princesa Ingenurga, escondia terna piedade, sob hábitos, convenientes à alta linhagem. Uma religiosa, vendo-a assim vestida, taxou-a de orgulhosa, em seu coração. Na noite seguinte, durante o sono, um personagem venerável apareceu-lhe, dizendo: "Por que pensaste mal de minha serva, tratando-a de orgulhosa, o que, entretanto, não é verdade? Dela farei nascer uma filha, com a qual farei aliança, conferindo-lhe uma graça tão grande, que todas as nações não serão suficientes para admirá-la". A essa circunstância maravilhosa, o arcebispo de Upsala, bem como os outros biógrafos acrescentam uma segunda. A princesa Ingeburga, estando grávida de Brígida, naufragou nas costas da Suécia e foi salva do perigo pelo irmão do rei. Na noite seguinte, um personagem vestido com uma roupa brilhante apareceu a Ingeburga, e lhe disse: "Foi em consideração à criança que trazeis que fostes salva da morte; tende cuidado em criar no amor de Deus o que Deus vos deu especialmente". Enfim, no nascimento de Brígida, o vigário da paróquia, homem venerável por sua idade e virtude, passava as noites em oração numa igreja vizinha, quando viu uma nuvem luminosa e no meio da nuvem a Santa Virgem sentada, tendo na mão um livro e dizendo-lhe: "Nasceu em Birger uma menina cuja voz admirável será ouvida por todo o mundo".

Entretanto, a maravilhosa criança ficou muda durante os três primeiros anos. No fim desse tempo, começou, não a balbuciar, como as crianças, mas a falar perfeitamente como as pessoas já adultas. Viu-se aí um efeito da sabedoria divina que abre a boca dos mudos e torna eloquentes as línguas das crianças, a fim de tirar da boca das crianças, e daqueles que ainda mama, um louvor perfeito. Esperando, sua piedosa mãe, cheia de boas obras e esmolas, como outro Tabit, caiu gravemente doente. Soube e predisse a morte vários dias antes. Vendo a aflição do esposo e dos outros, disse-lhes com muita coragem: "Por que afligir-vos? É muito ter vivido e ter vivido bastante; ao contrário, devemos alegrar-nos de que sou chamada a um Senhor mais poderoso". Tendo-se, então, despedido de todos, adormeceu no Senhor. A jovem Brígida foi confiada pelo pai a uma tia materna tão prudente quão piedosa.

Na idade de sete anos, a criança viu diante do leito um altar, e sobre ele uma senhora assentada com vestes resplandecentes, tendo na mão uma coroa e que lhe disse: "Vem, Brígida". A menina levantou-se logo e correu para o altar. A senhora perguntou-lhe: "Queres esta coroa"? A criança disse que sim e a senhora colocou-a sobre a cabeça e Brígida sentiu-a como um círculo. Voltando ao leito, a visão desapareceu. Ela jamais, porém, a esqueceu. O que não é de admirar, observa o arcebispo de Upsala, pois era sinal de que seria um altar de holocausto, onde o fogo da caridade divina arderia sempre e Jesus Cristo, seu esposo, lhe conservaria uma coroa imortal e sem mancha nos céus.

Na idade de dez anos, era como um lírio muito puro que se erguia da terra ao céu. Ostentava o modelo de todas as virtudes, a sobriedade, com a modéstia, a simplicidade com a ponderação, a humildade com a obediência, com a beleza na consciência, a hilaridade na paciência com uma caridade infatigável. Aparecia como esposa de Deus, como uma pérola brilhante, cheia de graça a todos os olhos e amada por todos. Devia, porém, subir ainda mais alto.

Um dia, ouviu um sermão sobre a Paixão de Jesus Cristo; ficou tão emocionada, que escreveu aquela Paixão nas tábuas do coração. Na noite seguinte, viu Jesus Cristo, sendo crucificado, o qual lhe disse: "Eis como fui tratado". Ela, pensando que era coisa recente, respondeu-lhe: "Senhor, quem vos fez isso?" - "Aqueles que me desprezam e são insensíveis a meu amor", respondeu Jesus Cristo. Desde esse momento, refletindo, ela sentia-se tão sensível à paixão do Salvador, que não podia lembrá-la sem derramar torrentes de lágrimas. Uma noite, quando as jovens companheiras dormiam, saiu do leito e prostrou-se em adoração e em lágrimas diante do crucifixo do quarto. Naquele mesmo momento lá entrou secretamente a tia, que, muito admirada de vê-la naquela posição, julgou ser uma brincadeira da sobrinha e mandou buscar umas varas para corrigi-la e tornar mais discreta. Mas, com sua grande surpresa, as varas quebraram-se-lhe na mão. Disse então: "Que fizestes, Brígida? Alguma mulher vos ensinou essas orações enganadoras"? A jovem virgem respondeu chorando: "Não, senhora, mas eu me levantei do leito para louvar àquele que sempre me assiste". - "E quem é Ele"? - "É o Crucificado, que vi ultimamente". - Desde aquele dia, a tia começou a ter por ela mais afeto e veneração, compreendendo que semelhantes disposições não vêm dos homens, mas de Deus.

Outra vez, quando a jovem virgem brincava com as companheiras, o diabo apareceu-lhe sob forma horrível, tendo cem mãos e cem pés. De espanto, ela correu ao quarto, e recomendou-se humildemente ao Crucificado. O diabo lá apareceu, mas disse: "Nada posso fazer, se o Crucificado não o permitir". A tia soube mais tarde o que havia acontecido e recomendou-lhe que guardasse silêncio sobre o que tinha visto e pusesse a confiança em Deus, amando a Jesus Cristo acima de todas as coisas, sabendo que a vida de nossa peregrinação não pode ser sem tentação, a fim de que cada qual aprenda a se conhecer; aliás não se pode ser coroado, se não se tiver vencido, nem vencer sem combate, nem combater sem experimentar as tentações do inimigo.

Brígida desejara ter permanecido sempre virgem, mas na idade de treze anos seu pai fê-la desposar Ulphon, príncipe ou governador de Nerícia, que tinha dezoito. A exemplo dos jovens Tobias e Sara, sua esposa, guardaram a continência, perto de dois anos, para obter de Deus a graça de usar santamente do matrimônio e ter filhos fiéis em servi-lo.

Tiveram oito, quatro meninos e quatro meninas.

A mãe, depois de ter vivido santamente na virgindade não viveu menos santamente no casamento. Regulou tão bem toda a vida, que jamais deixou motivo a alguma suspeita sinistra, nem a maledicência alguma. Para isso, não admitia nem criadas nem companheiras cuja reputação não fosse sem mancha, para que sua familiaridade não lhe atraísse alguma má fama.

Sabendo que a ociosidade é mãe de todos os vícios, dedicava-se com suas domésticas a trabalhos para as igrejas e para os pobres, lia as vidas dos santos e a Bíblia, que tinha feito traduzir em língua gótica; ora, ia à igreja e ouvia com prazer o ofício divino. Com seu esposo, o príncipe Ulphon, confessava-se todas as sextas-feiras e comungava todos os domingos e festas. Como Judite tinha um oratório secreto, onde, de vez em quando se recolhia na presença de Deus, examinava a consciência, chorava as faltas; onde, quando o marido estava ausente, passava as noites inteiras em oração, vigílias, jejuns e outras mortificações; sempre se abstinha de iguarias, as mais delicadas, mas secretamente, para não ser notada pelo marido ou por outros. Tinha a mais terna devoção pela Santa Virgem que, nos partos laboriosos, lhe concedia um fácil resultado, quando todos pensavam que ia perder a vida. Suas esmolas eram muito grandes. Tinha uma casa muito ampla para os pobres. Todos os dias alimentava doze deles em casa; na quinta-feira, lavava-lhes e beijava-lhes humildemente os pés, em memória do que Nosso Senhor tinha feito a seus apóstolos. Restaurou grande número de hospitais no país natal e em suas terras; lá ia visitar os pobres e os enfermos, acompanhada pelas filhas, especialmente Santa Catarina. Lá a piedosa mãe medicava com as próprias mãos as chagas e as úlceras dos enfermos, dando-lhes esmolas e dirigindo-lhes palavras de consolo, mostrando aos filhos, com o exemplo, como deviam um dia servir também aos pobres e aos enfermos por amor de Deus. Depois do nascimento do oitavo filho, Ulphon e Brígida guardaram continência.

Brígida deixou a corte muito cedo e Ulphon seguiu o exemplo da esposa. Pensavam somente em se santificar, bem como a família. Fizeram muitas peregrinações à Noruega, França, Espanha, Itália, Alemanha. Na Noruega visitaram, em Nidrósia ou Drontheim, capital do reino, o túmulo do rei e mártir Santo Olaus; na Espanha, São Tiago de Compostela. Embora tivessem numerosa equipagem, Brígida fazia uma parte do caminho a pé por espírito de piedade e de mortificação.

Depois de ter visitado muitos santuários, voltavam à pátria, quando o príncipe Ulphon caiu doente na cidade de Arras; mal se tornou tão grave, que ele recebeu os últimos sacramentos das mãos do bispo, deixando Brígida em viva ansiedade. Ela invocou São Dionísio, apóstolo da França. O santo apareceu-lhe, predisse-lhe que Deus queria por meio dela tornar-se conhecido do mundo e que ela estava entregue à sua especial proteção e como prova disse, seu esposo não morreria daquela doença.

Alguns dias depois, ela teve uma revelação de como ele passaria a Roma e à santa cidade de Jerusalém, e enfim, sairia deste mundo. Deus realizou misericordiosamente tudo aquilo. O príncipe reconquistou a saúde, depois de uma doença muito longa; voltaram ambos com saúde à pátria. Renovaram o voto de conservar a continência e resolveram entrar cada qual num convento.

Tendo então regulado os negócios e disposto os bens, o príncipe Ulphon entrou no mosteiro de Alvastre, ordem dos cistercienses, fundado em 1150 por Suercher, rei da Suécia. Aí viveu alguns anos na prática de todas as virtudes, e morreu em 1344. O príncipe Ulphon de Nerícia é nomeado no menológio de Cister, a 12 de fevereiro.

Poucos dias depois da morte do esposo, Brígida dividiu os bens entre os filhos e os pobres, Renunciou à condição de princesa para se consagrar inteiramente à penitência. Usava apenas uma túnica de linho com exceção do véu, com que cobria a cabeça; usava um hábito grosseiro, que prendia com uma corda cheia de nós. As austeridades que praticava são incríveis; duplicava-as ainda, às sextas-feiras, e nesses dias passava somente a pão e água.

Santa Brígida ficou assim dois anos na Suécia, perto do mosteiro de Alvastre, onde estava enterrado o esposo, como no novo mosteiro de Watstein. Sua vida pobre e penitente, depois de um estado de princesa, atraiu-lhe as zombarias do mundo. Respondeu: "Não foi por causa de vós que comecei; não será por causa de vós que terminarei. Resolvi, em meu coração, suportar as palavras. Rezai para que eu persevere".

Com suas vestes de pobre não deixou de se apresentar ao rei da Suécia, para lhe anunciar que ele e seu reino seriam castigados, com grandes calamidades, se não se corrigissem de certos defeitos e desordens. Alguns dos grandes murmuravam e ter-lhe-iam mesmo provocado confusão, se não soubessem que ela era parente do rei. Pelo menos zombaram dela entre si mesmos, tratando-a de feiticeira, a tal ponto que os filhos queriam vingar-se disso; mas ela rogou-lhes que nada fizessem, dizendo: "Deus é testemunha de que prefiro, por amor de Jesus Cristo, sofrer esses desprezos e essas zombarias a ter a coroa do rei sobre a minha cabeça".

Se a santa viúva teve de sofrer da parte dos homens, Deus a consolou superabundantemente com revelações e comunicações sobrenaturais. Essas revelações foram examinadas por doutores católicos e aprovadas pela Santa Sé, neste sentido, que nada contém de contrário a fé, e que nelas se pode crer piamente.

Os principais objetos dessas revelações e contemplações de Santa Brígida são: a Paixão do Salvador e a Santa Virgem. Quanto à Paixão do Salvador, nada se vê aí, mais do que no Evangelho, a não ser certas circunstâncias de particularidades muito naturais. Com relação à Virgem, diz-se expressamente que ela foi concebida sem pecado, e que subiu aos céus, em corpo e alma. Uma das particularidades mais tocantes é a Virgem mesma, narrando a Santa Brígida seu progresso no conhecimento de Deus e de sua lei.

No ano de 1371, a ilustre viúva sueca, como outrora a ilustre viúva romana, Santa Paula, da família dos Gracos e dos Cipiões, empreendeu, em idade avançada, ante uma revelação particular, a peregrinação a Jerusalém. Chegando a Roma já enferma, ficou mais doente ainda. Sentindo-se perto do fim, deu avisos muito comoventes ao filho, o príncipe Birger e à filha, Santa Catarina de Suécia, que estava com ela; depois quis ser estendida sobre um cilício para receber os últimos sacramentos.

Morreu, a 23 de Julho de 1373, na idade de setenta e um anos. Enterraram-na na igreja de São Lourenço, em Panis-Perna que pertencia às pobres Clarissas. No ano seguinte, o príncipe Birger, seu filho, e Santa Catarina sua filha, fizeram levar-lhe o corpo para o mosteiro de Watstein, na Suécia. Foi canonizada pelo Papa Bonifácio IX, a 7 de Outubro de 1391.

Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XIII. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 11 jul. 2021.

Santa Brígida, rogai por nós!


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