Exaltação da Santa Cruz, Festa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Nós, porém, devemos gloriar-nos na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo; nele está a salvação, nossa vida e ressurreição; por ele somos salvos e libertos. (Cf. MR: Gl 6, 14) Sl. Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Ant. 2. Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos. Ant. 3. Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem! (Cf. LH: Sl 66, 2. 3. 4)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, quisestes que vosso Filho Unigênito sofresse o suplício da cruz para salvar o gênero humano; concedei que, tendo conhecido na terra este mistério, mereçamos alcançar no céu o prêmio da redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Nm 21, 4b-9
Leitura do Livro dos Números
Naqueles dias, 4bos filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. 6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente de bronze e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 77(78), 1-2. 34-35. 36-37. 38 (R. cf. 7c)
℟. Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
— Escuta, ó meu povo, a minha Lei, ouve atento as palavras que eu te digo; abrirei a minha boca em parábolas, os mistérios do passado lembrarei. ℟.
— Quando os feria, eles então o procuravam, convertiam-se correndo para ele; recordavam que o Senhor é sua rocha e que Deus, seu Redentor, é o Deus Altíssimo. ℟.
— Mas apenas o honravam com seus lábios e mentiam ao Senhor com suas línguas; seus corações enganadores eram falsos e, infiéis, eles rompiam a Aliança. ℟.
— Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo, não os matava e perdoava seu pecado; quantas vezes dominou a sua ira e não deu largas à vazão de seu furor. ℟.
Segunda Leitura — Fl 2, 6-11
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor” — para a glória de Deus Pai.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz remistes o mundo! ℟.
Evangelho — Jo 3, 13-17
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.
16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Prótege, Dómine, plebem tuam, per signum sanctae Crucis, ab ómnibus insídiis inimicórum ómnium: ut tibi gratam exhibeámus servitútem, et acceptábile tibi fiat sacrifícium nostrum, allelúia. (Graduale Romanum)
Vernáculo:
Protegei, ó Senhor, o vosso povo pelo sinal da santa cruz; livrai-o das insídias de todos os seus inimigos; fazei que vos sirvamos agradecidos, e que este nosso sacrifício vos seja agradável. Aleluia. (Cf. MRQ)
Sobre as Oferendas
Purifique-nos, Senhor, de todas as ofensas, este sacrifício que, no altar da cruz, tirou o pecado do mundo inteiro. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Pelo sinal da cruz livrai-nos, Senhor, nosso Deus, de nossos inimigos. (Cf. MRQ)
Depois da Comunhão
Senhor Jesus Cristo, alimentados pela vossa santa ceia, humildemente vos pedimos: levai à glória da ressurreição os redimidos pela árvore da cruz que nos trouxe a vida. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.
Homilia do dia 14/09/2025
O amor pela Cruz
“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.” (Jo 3, 13-15)
Queridos irmãos, queridas irmãs, a Igreja celebra neste domingo a Festa da Exaltação da Santa Cruz.
Segundo o plano da Santíssima Trindade era preciso que Cristo padecesse para salvar a todos os homens, conforme Ele mesmo declarou em várias passagens: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é preciso que seja levantado o Filho do homem para que todo o que crê não pereça, mas sim tenha vida eterna”. As palavras de Cristo: “Não era preciso que o Messias padecesse e entrasse assim em sua glória”. Em São Marcos diz “Começou a lhes ensinar como era preciso que o Filho do homem padecesse muito e que fosse morto e ressuscitasse depois de três dias”.
Se para Cristo foi necessária a Paixão, também será necessário nós. Se houvesse outro caminho para ir ao Céu, Ele o teria seguido, e ainda nos teria ensinado. Mas Cristo foi pelo caminho régio da Santa Cruz e nos ensinou a ir por ele: “Se alguém quer vir detrás de mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e me siga”. Ensina São Cirilo de Jerusalém, Jesus que em nada tinha pecado foi crucificado por ti, e tu não te crucificarás por Ele, que foi cravado na Cruz por ti?
Portanto devemos amar a cruz, a cruz viva dos trabalhos, humilhações, afrontas, torturas, dores, perseguições, incompreensões, contrariedades, opróbios, menosprezos, injúrias, calunias, morte... e poder dizer com São Paulo “Morro cada dia”, ou São Francisco: “Que eu morra por amor de seu amor, já que por amor de meu amor Ele se dignou morrer.”
Aceitar e amar a cruz é uma graça que devemos pedir na oração, de maneira especial a graça de possuir a ciência da cruz, que só se alcança na escola de Jesus Cristo.
Por isso devemos ter uma grandíssima devoção à Paixão de Nosso Senhor, pois Tudo está na Paixão, é ali onde se aprende a ciência dos Santos, dizia São Paulo da Cruz. O amor que não nasce da Cruz de Cristo é fraco por qualquer parte que o olhemos, já seja por parte da pessoa que padece, já seja por parte das coisas que padece ou do fim pelo qual as padece. A cruz é a coisa mais alta, mais divina e misteriosa que aconteceu no mundo desde que Deus o criou, e assim será até o fim dele; a cruz foi a cátedra onde ensinou, o altar sobre o qual se imolou, o templo de sua oração, a arena onde combateu, e como a forma de onde saíram tantas maravilhas.
São Paulo nos ensina na Sagrada Escritura, que há muitos que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. Isto se deve a que a rechaçam a Cristo: “Quem não toma sua cruz e me segue não é digno de mim”, recortam-na, rebaixam-na: “desce da Cruz que acreditaremos”.
A mesma Palavra Encarnada nos ensina a amar a Cruz, dizendo: “nega-te a Ti mesmo, toma a tua cruz cada dia e me segue”. Disto nos dão exemplo os Santos que levaram em seus corpos os sofrimentos de Jesus completando em si o que faltou à Paixão de Cristo.
Como São Paulo devemos não querer saber nada fora de Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado. Esta doutrina da cruz, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Nesta cruz está único motivo que temos para nos gloriar “Eu só me glorificarei na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim, como eu o estou para o mundo”.
Não há outra escola mais que a Cruz, na qual Jesus Cristo ensina a seus discípulos como devem ser: Ela é para nós a cátedra suprema da verdade de Deus e do homem. Como dizia João Paulo II: “Na escola do Verbo Encarnado compreendemos que é sabedoria divina aceitar com amor sua Cruz: a cruz da vontade no cumprimento fiel de toda lei moral, natural e revelada; a cruz do próprio dever, às vezes árduo e pouco gratificante; a cruz da paciência na enfermidade e nas dificuldades de todos os dias; a cruz do empenho infatigável para responder à própria vocação; e a cruz da luta contra as paixões e as insídias do mal”.
É cátedra, porque nela se revelou a glória do amor disposto a tudo. A cruz é o único caminho da vida, o sinal dos predestinados, o cetro do reino da santidade, dizia São Leão Magno que a cruz é a fonte de toda bênção, a origem de toda graça: por ela os crentes recebem da debilidade, a força, do opróbio a glória, e da morte, a vida.
Os Santos de todos os tempos nos mostram a necessidade da cruz em nossas vidas:Santo Ambrósio: Justamente com Cristo é glorificado aquele que, padecendo por Ele, realmente padece com Ele.Santo Tomás de Aquino: Todo aquele que quiser levar uma vida perfeita não precisa fazer outra coisa que desprezar o que Cristo desprezou na Cruz e amar o que Cristo amou nela.Dom Orione: A Jesus se ama e se serve na Cruz e crucificados com Ele, e não de outro modo.
Eles mesmos ardiam em desejos da Cruz:São Luís Maria: Se a cabeça está coroada de espinhos o serão de rosas os membros?São Francisco Xavier: os que amam a Cruz de Cristo nosso Senhor descansam vivendo nestes trabalhos e morrem quando deles fogem ou se acham fora deles.Santa Teresa: Padecer ou morrer.Santo Inácio de Loyola: Quero e escolho mais pobreza com Cristo pobre que riquezas, opróbios com Cristo cheio deles que honras, e desejo mais ser estimado por vão e louco por Cristo que primeiro foi tido por tal, que por sábio nem prudente neste mundo.Santo Inácio de Antioquia: Permitam que imite a Paixão de meu Deus.São Luís Maria Grignion do Montfort: em uma palavra Nem Jesus sem a Cruz, nem a Cruz sem Jesus.
E os Santos nos recordam a alegria que é fruto desta cruz:Santa Teresinha do Menino Jesus: cheguei a não poder sofrer, pois me é doce todo sofrimento.Santa Teresa: É tanto o bem que espero que toda pena me consola.
Como São Paulo devemos não querer saber nada fora de Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado. Esta doutrina da cruz, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Nesta cruz está único motivo que temos para nos gloriar “Eu só me gloriarei na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim, como eu o estou para o mundo”.
A nossa santidade está em aceitar seguir Nosso Senhor no caminho de sua Cruz.
Que Maria Santíssima, nossa Mãe, que foi com Jesus até a Cruz, nos ensine essa Sabedoria. A Sabedoria dos santos, a Sabedoria da Cruz. Assim seja, amém.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
Neste ano, ao celebrarmos a Festa da Exaltação da Santa Cruz em um domingo, somos chamados a meditar sobre o Calvário de Nosso Senhor, que se renova a cada Santa Missa. O mesmo Cristo que há dois mil anos foi erguido na Cruz é elevado todos os dias sobre os nossos altares.Ouça a homilia dominical do Padre Paulo Ricardo e perceba a exaltação da Cruz do Senhor acontecendo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
Santo do dia 14/09/2025
Exaltação da Santa Cruz (Festa)
Data: 14 de Setembro
A festa em honra da Santa Cruz foi celebrada pela primeira vez em 335, por ocasião da dedicação de duas basílicas constantinianas de Jerusalém, a do Martyrium ou Ad Crucem no Gólgota, e a do Anástasis, isto é, da Ressurreição. A dedicação se realizou a 13 de dezembro. Com o termo exaltação, a festa passou também para o Ocidente, e a partir do século VII comemora-se a recuperação da preciosa relíquia pelo imperador Heráclio em 628. Da Cruz, roubada 14 anos antes pelo rei persa Cosroe Parviz, durante a conquista da cidade Santa, perderam-se definitivamente todas as pistas em 1187, quando foi tirada do bispo de Belém que a havia levado na batalha de Hattin.
A celebração atual tem um significado bem maior do que o lendário encontro pela piedosa mãe do imperador Constantino, Helena. A glorificação de Cristo passa através do suplício da Cruz e a antítese sofrimento-glorificação se torna fundamental na história da Redenção. Cristo, encarnado na sua realidade concreta humano-divina, se submete voluntariamente à humilde condição de escravo (a cruz era o tormento reservado para os escravos) e o suplício infame transformou-se em glória perene. Assim a cruz torna-se o símbolo e o compêndio da religião cristã.
A própria evangelização, efetuada pelos apóstolos é a simples apresentação de Cristo Crucificado. O cristão, aceitando esta verdade, é crucificado com Cristo, isto é, deve carregar diariamente a sua cruz, suportando injúrias e sofrimentos, como Cristo. Este, oprimido pelo peso do patíbulo ("patíbulo" é o braço transversal da cruz, que o condenado levava nas costas até o lugar do suplicio onde era encaixado estavelmente com a parte vertical), foi constrangido a expor-se aos insultos do povo no caminho que levava ao Gólgata. Os sofrimentos que reproduzem no corpo místico da Igreja o estado de morte de Cristo são contributo à redenção dos homens, e garantem a participação na glória do Ressuscitado.
Esta é a razão que fez os mártires cristãos suportarem tão grandes sofrimentos: "A minha paixão está crucificada - escreve santo Inácio de Antioquia antes de sofrer o martírio - não existe mais em mim o fogo da carne. Agora começo a ser discípulo... Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar de uma extremidade à outra da terra. Procuro-o, ele que morreu por nós; quero-o, ele que ressuscitou por nós... Concedei-me que eu seja imitador da paixão do meu Deus".
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.