4ª feira da 25ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
A salvação do povo sou eu, diz o Senhor: de qualquer tribulação em que clamarem por mim, eu os ouvirei e serei seu Deus para sempre. (Cf. MR: Sl. 36, 39. 40. 28) Sl. Escuta, ó meu povo, a minha Lei, ouve atento as palavras que eu te digo. (Cf. LH: Sl 77, 1)
Coleta
Ó Deus, que resumistes toda a sagrada lei no amor a vós e ao próximo, concedei-nos que, observando os vossos mandamentos, mereçamos chegar à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Esd 9, 5-9
Leitura do Livro de Esdras
5Na hora da oblação da tarde, eu, Esdras, levantei-me da minha prostração. E, com as vestes e o manto rasgados, caí de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus. 6E disse: “Meu Deus, estou coberto de vergonha e confusão ao levantar a minha face para ti, porque nossas iniquidades multiplicaram-se acima de nossas cabeças e nossas faltas se acumularam até ao céu. 7Desde os tempos de nossos pais até este dia, uma grande culpa pesa sobre nós: por causa de nossas iniquidades, nós, nossos reis e nossos sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis estrangeiros, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à vergonha, como acontece ainda hoje.
8Mas agora, por um breve instante, o Senhor nosso Deus concedeu-nos a graça de preservar dentre nós um resto, e de permitir que nos fixemos em seu lugar santo. Assim o nosso Deus deu brilho aos nossos olhos e concedeu-nos um pouco de vida no meio de nossa servidão. 9Pois éramos escravos, mas em nossa servidão o nosso Deus não nos abandonou. Antes, conseguiu para nós o favor dos reis da Pérsia, deu-nos bastante vida para podermos reconstruir o templo do nosso Deus e restaurar suas ruínas, e concedeu-nos um abrigo seguro em Judá e em Jerusalém”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Tb 13, 2. 3-4. 5. 8 (R. 2a)
℟. Bendito seja Deus que vive eternamente!
— Vós sois grande, Senhor, para sempre, e vosso reino se estende nos séculos! Porque vós castigais e salvais, fazeis descer aos abismos da terra, e de lá nos trazeis novamente: de vossa mão nada pode escapar. ℟.
— Vós que sois de Israel, dai-lhe graças e por entre as nações celebrai-o! O Senhor dispersou-vos na terra para narrardes sua glória entre os povos, e fazê-los saber, para sempre, que não há outro Deus além dele. ℟.
— Castigou-nos por nossos pecados, seu amor haverá de salvar-nos. Compreendei o que fez para nós, dai-lhe graças, com todo o respeito! ℟.
— Bendizei o Senhor, seus eleitos, fazei festa e alegres louvai-o! ℟.
℣. Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o Reino de Deus está chegando! (Mc 1, 15) ℟.
Evangelho — Lc 9, 1-6
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Si ambulavero in medio tribulationis, vivificabis me, Domine: et super iram inimicorum meorum extendes manum tuam, et salvum me fecit dextera tua. (Ps. 137, 7)
Vernáculo:
Se no meio da desgraça eu caminhar, vós me fazeis tornar à vida novamente; quando os meus perseguidores me atacarem e com ira investirem contra mim, estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. (Cf. LH: Sl 137, 7)
Sobre as Oferendas
Acolhei benigno, Senhor, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que alcancemos pelos celestes sacramentos o que professamos filialmente pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, diz o Senhor. (Jo 10, 14)
Vernáculo:
Os vossos mandamentos vós nos destes, para serem fielmente observados. Que seja bem firme a minha vida em cumprir vossa vontade e vossa lei! (Cf. MR: Sl 118, 4-5)
Depois da Comunhão
Sustentai, Senhor de bondade, com vosso constante auxílio, os que reconfortais com os vossos sacramentos, para podermos colher os frutos da redenção na liturgia e na vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 24/09/2025
Por que os sacerdotes têm autoridade?
“Naquele tempo, Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos”.
Hoje, vemos enviados ao povo do antigo Israel os doze Apóstolos, com a missão de o reunir no novo, ou seja, na Igreja de Cristo. Notemos, porém, o que diz o evangelista S. Lucas ao abrir este capítulo. “Naquele tempo”, escreve ele, “Jesus convocou os doze” e só depois os “enviou a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos”. Os Apóstolos, como indica o próprio nome, são enviados de Cristo, mas porque foram antes por Ele convocados. E o que significa ser convocado? Significa receber de Cristo, pela especial vocação ao sacerdócio, poder e autoridade: poder para expulsar demônios e curar doenças e autoridade para pregar o Evangelho a toda a criatura, poder para santificar e autoridade para falar das coisas santas. Por isso reza a Igreja, ao impôr as mãos sobre a cabeça dos ordenandos, que Deus renove neles o espírito de santidade, porque é esta que constitui a essência e o fim das Ordens sagradas, isto é, o ser santo, com uma vida que para todos seja exemplo, para fazer igualmente santos aos outros. Sinal disto o encontramos na expressão “autoridade”, que em grego se diz ἐξουσία, a qual denota não um poder despótico, mas a manifestação (ἐξ) daquilo que o sacerdote é chamado a ser (ουσία), isto é, santo e, por isso mesmo, outro Cristo — alter Christus —, capaz de libertar o endemoniados e sanar os enfermos, de pregar o Evangelho e fazê-lo convencer os corações. Que, fiéis à essência da sua vocação, possam os nossos padres ter uma vida santa, como corresponde a quem, convocado por Cristo, deve tê-lo sempre como modelo e, por Ele enviado, deve sempre ser para todos exemplo de todas as virtudes. Que, pela intercessão de Maria SS., se unam eles cada vez mais a Cristo, Sumo Sacerdote, que por nós se ofereceu ao Pai como vítima santa, e com Ele se consagrem a Deus para a salvação dos homens.
Deus abençoe você!
Santo do dia 24/09/2025
São Gerardo Sagredo (Memória Facultativa)
Local: Panônia
Data: 24 de Setembro † 1046
Santo Bispo Gerardo, que segundo o testemunho do martirológio romano, merece o título de Apóstolo da Hungria, era natural de Veneza, onde nasceu, filho de pais ilustres e piedosos.
Educado numa escola beneditina, recebeu, além da instrução científica, ensinamentos sólidos na ciência de Deus e dos Santos. Foi no contato com sábios e santos mestres, que se lhe comunicou o amor pelas coisas divinas e aquele zelo pela salvação das almas, que mais tarde o habilitou a ser um digno sucessor dos Apóstolos.
Grande desejo nutria de visitar os santos lugares da Palestina, o que lhe foi dado satisfazer. Voltando do Oriente, passou pela Hungria, onde teve fidalga recepção do santo Rei Estêvão, o qual, descobrindo no hóspede dotes extraordinários, que o habilitavam para trabalhos apostólicos, pediu-lhe insistentemente não mais saísse da Hungria, e cooperasse na grande obra a que se propusera o santo monarca — de converter ao cristianismo todos os súditos.
Gerardo anuiu ao pedido do Rei, e com o fim de habilitar-se para tão importante missão, retirou-se com os companheiros para a solidão, onde passou um espaço de tempo entregue exclusivamente à prática de exercícios espirituais. Terminado o retiro, atirou-se ao trabalho apostólico, com a energia e dedicação próprias do seu caráter e da sua fé.
Pouco depois faleceu o Bispo de Chonad. Indicado pelo Rei, Gerardo foi-lhe nomeado sucessor, embora tudo fizesse para seu nome não aparecer na lista dos apresentados. Em obediência à Santa Sé, aceitou o pesado cargo, e a admirável administração que deu ao Bispado, justificou largamente as esperanças nele colocadas. Não só procurou destruir os últimos restos da idolatria, como também consolidar os fiéis na fé. Para alcançar uma e outra coisa, recorreu ao poder maternal de Maria Santíssima, cuja veneração muito calorosamente recomendava ao clero e ao povo.
Muito caridoso, destacava-se-lhe a caridade para com os pobres e doentes. Convidava leprosos para sua casa, onde lhes dispensava o mais caridoso trato, a ponto de ceder-lhes a própria cama, preferindo para si o chão. Sendo um pai para os pobres e infelizes, para si próprio reservava exercícios da mais dura penitência.
Ajudado pela graça divina, ganhou muitos pagãos para o grêmio da Igreja.
A morte do rei Estêvão deu início a múltiplas perseguições da parte dos sucessores. Tanto o Rei Pedro, que foi expulso por causa da sua requintada crueldade, como o usurpador Abas, declararam-se inimigos do santo Bispo. Pedro voltou, para ser novamente expulso, e Abas morreu sob os golpes do algoz. A coroa foi oferecida a André, filho de Ladisláu, parente próximo de Estêvão, que a aceitou, apesar da condição infamante de restabelecer no reino o regime pagão com o culto dos deuses. Gerardo, com mais três Bispos, pôs-se a caminho de Stuhlweissenburg, para junto ao Rei se empenharem pela conservação da Religião Católica como oficial. Chegados a Giod, Gerardo, após a Missa por ele celebrada, disse aos companheiros: “Nós todos ainda hoje, com exceção do Bispo de Benethe, seremos mártires pela fé”. Transpuseram o Danúbio, e mal tinham chegado à outra banda do rio, foram agredidos por um grupo de soldados do Duque de Vatha, um dos mais aferrados idólatras e ferrenho inimigo de Estêvão. Gerardo foi apedrejado e por fim mortalmente ferido por uma lançada. Dois outros Bispos, Bextardo e Buld, morreram na mesma ocasião. No meio da confusão do morticínio, apareceu o Rei, que pôde ainda arrancar o quarto Bispo das mãos dos verdugos. Ele mesmo se declarou a favor do Cristianismo, continuou a obra encetada por Santo Estêvão e reinou com muita felicidade.
O martírio de São Gerardo teve lugar em 24 de setembro de 1046, e as relíquias estão guardadas em Veneza, na igreja de Nossa Senhora de Murano.
Referência:
LEHMANN, Padre João Batista. Na Luz Perpétua. 2. ed. Juiz de Fora: Typ. do "Lar Catholico", 1935. 550 p. Volume II. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Gerardo Sagredo, rogai por nós!