26º Domingo do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Tudo quanto nos fizestes, Senhor, com verdadeira justiça o fizestes, porque pecamos contra vós e não obedecemos a vossos mandamentos; mas dai glória ao vosso nome e tratai-nos conforme a grandeza da vossa misericórdia. (Cf. MR: Dn 3, 31. 29. 30. 43. 42) Sl. Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! (Cf. LH: Sl 118, 1)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai em nós a vossa graça, para que, correndo ao encontro das vossas promessas, mereçamos participar dos bens celestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Am 6, 1a. 4-7
Leitura da Profecia de Amós
Assim diz o Senhor todo-poderoso: 1aAi dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! 4Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu gado; 5os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; 6os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos unguentos e não se preocupam com a ruína de José.
7Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 145(146), 7. 8-9a. 9bc-10 (R. 1)
℟. Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!
— O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. ℟.
— O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo. É o Senhor quem protege o estrangeiro. ℟.
— Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará para sempre e por todos os séculos! ℟.
Segunda Leitura — 1Tm 6, 11-16
Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo
Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.
13Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: 14guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo.
15Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre, por amor; para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse. (2Cor 8, 9) ℟.
Evangelho — Lc 16, 19-31
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.
20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.
22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado.
23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado.
24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.
25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’.
29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’
30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’.
31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Super flúmina Babylónis, illic sédimus, et flévimus, dum recordarémur tui, Sion. (Ps. 136, 1)
Vernáculo:
Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião. (Cf. LH: Sl 136, 1)
Sobre as Oferendas
Concedei-nos, Deus de misericórdia, que vos agrade esta nossa oblação e que ela nos abra a fonte de toda bênção. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. (1Jo 3, 16)
Vernáculo:
Lembrai-vos, Senhor, da vossa palavra a vosso servo, pela qual me destes esperança; ela me consolou em minha aflição. (Cf. MR: Sl 118, 49-50)
Depois da Comunhão
Fazei, Senhor, que este sacramento celeste renove inteiramente a nossa vida, para que, anunciando a morte de Cristo, possamos participar de sua herança gloriosa. Ele, que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Homilia do dia 28/09/2025
A responsabilidade de quem muito tem
Quem muito recebeu de Deus tem a grande responsabilidade de ser bênção e socorro para quem pouco ou nada possui.
No Evangelho de hoje, Jesus conta a parábola do pobre, chamado Lázaro, e do rico epulão. Lázaro é um mendigo que, coberto de feridas, espera saciar a sua fome com as migalhas que caem da mesa do rico, que gosta de banquetes e épulas, e esbanja os dons materiais que Deus lhe dá. Ele não compreende que, se Deus privilegia alguns, é exatamente para que estes sejam instrumento da misericórdia de Nosso Senhor para com os outros. É interessante notar que, desde a Revolução Francesa, a sociedade está tomada pelo igualitarismo, ideologia segundo a qual somos todos iguais, e se não somos iguais é porque deveríamos sê-lo. Mas se nós formos fiéis à realidade dos fatos, nós vamos notar que essa igualdade, na prática, não existe; pois sempre alguns receberão mais, e outros menos.Mas não podemos falar somente dos bens materiais, pois a vida não se resume a isso. Existe uma diferença muito grande entre as pessoas se formos olhar, por exemplo, no campo da virtude. Não existe nada que diferencie mais as pessoas do que ter ou não virtude. As diferenças econômicas são bobagens diante das diferenças que existem entre as pessoas que amam e as pessoas que são egoístas, as que perdoam e as que ficam guardando mágoas, as que são generosas e as que são mesquinhas.Quando o pobre Lázaro morre, é levado ao Céu pelos anjos. O rico também morre, mas é condenado. Aqui há o abismo da verdadeira diferença, a verdadeira desigualdade, a verdadeira riqueza e a verdadeira pobreza. A riqueza era de Lázaro, que apesar de estar coberto de feridas, não ter as sedas do rico para se cobrir e não ter iguarias para se saciar, tinha um coração temente a Deus, um coração de quem amava e de quem tinha virtude.É na morte que se revela a verdadeira diferença entre os dois. Se nós recebemos de Deus dons e virtudes — sobretudo a fé, a esperança e a caridade —, não é para nos vangloriarmos e nos acharmos melhores do que os outros, mas sim para servirmos nossos irmãos.O rico não enxergava que, quando Deus agracia alguém dando-lhe algo, é exatamente para que essa pessoa seja instrumento de amor para com os outros. Isso nós podemos e devemos enxergar; temos a missão e a responsabilidade de fazer com que as bênçãos de Deus sejam derramadas na vida dos outros através de nós.A verdadeira desigualdade existente no mundo das virtudes é, na realidade, sinal de que aquela pessoa tem a missão de ensinar também aos outros o caminho da virtude e do amor a Deus.
Deus abençoe você!
Santo do dia 28/09/2025
São Venceslau (Memória Facultativa)
Local: Stará Boleslav, República Checa
Data: 28 de Setembro † 929/935
No assassinato de Venceslau da Boêmia houve grande confusão de motivos religiosos e políticos. Este jovem príncipe, nascido na Boêmia por volta de 907, foi educado pela avó paterna, Santa Ludmila, que, depois, foi morta por ordem de Drahomira, a mãe de Venceslau. Estamos nos inícios dos anos em que a Boêmia se converteu ao catolicismo. Venceslau era profundamente religioso, de bons costumes e caridoso para com os pobres. Mas, com a morte súbita do pai, sendo Venceslau ainda menor, o ducado ficou sob a responsabilidade de Drahomira, que procurava restaurar o paganismo, inclusive, com a expulsão dos missionários católicos. A situação do reino era de confusão e de revolta. Pressionado por nobres, o príncipe herdeiro Venceslau, com um golpe de força contra a regente sua mãe, promotora do paganismo, assumiu a direção do ducado em 925.
Formado por sua avó dentro dos padrões da piedade e da moral cristã, não se interessou apenas em governar seu povo, mas também em promover o cristianismo através de missionários católicos e, sobretudo, de monges beneditinos. Nos oito anos de reinado, Venceslau deu exemplo de moderação e tino administrativo. Venceslau governou com tanta justiça e, ao mesmo tempo, com tanta brandura, que em pouco tempo se tornou muito querido pelo povo. Era amigo e protetor dos pobres, dos doentes, dos encarcerados, sendo para as viúvas e os órfãos um verdadeiro pai.
Por vários motivos, sobretudo o combate ao paganismo patrocinado por sua mãe, formou-se um partido de oposição, chefiado pela mãe e pelo irmão Boleslau. Tramou-se seu assassinato. Boleslau deu uma grande festa para a qual convidou o duque e seus cortesãos. Depois da festa o jovem duque se retirou para rezar numa igreja. O delito fratricida foi consumado no dia seguinte de manhã, quando Venceslau estava para ir à igreja. Foi assassinado pelo próprio irmão Boleslau, ajudado por seus sicários.
Venceslau foi logo venerado pelo povo como santo e mártir, embora o seu assassinato, segundo parece, apenas muito indiretamente estivesse ligado a motivos religiosos. No século XI, São Venceslau já era considerado o santo padroeiro dos habitantes da Boêmia; e como padroeiro da moderna República Tcheca, a devoção a ele às vezes, vem impregnada com uma alta dose de sentimento nacionalista.
A Oração do dia comemora São Venceslau como rei e mártir, que preferiu o reino do céu ao da terra. Apesar do manto do poder, deu prova de uma santidade que atraía muitos eruditos, monges e sacerdotes. Sua comemoração nos ensina que todos os caminhos, todos os estados de vida e todas as funções na sociedade e na Igreja podem conduzir ao testemunho de Cristo e podem levar à perfeição da caridade, à santidade de vida.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Venceslau, rogai por nós!